sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Uma atividade de TA que faz a diferença....

   
O aluno GD, sexo masculino, tem cinco anos e oito meses. Freqüenta educação infantil     na     rede privada e no contra turno está em atendimento educacional especializado.
 A primeira proposta foi usando recursos de baixa tecnologia como fotografias, gravuras de encartes de supermercado e desenhos dos objetos concretos da sala para iniciar um processo de acolhimento e aproximação do professor com o aluno, criando cartões de comunicação e pranchas de símbolos em EVA para GD apontar as suas necessidades e seus interesses. A segunda proposta foi introduzir a utilização da prancha livre de comunicação no computador, valorizando a intenção comunicativa de GD e o uso das mesmas para a expressão de seus desejos, necessidades, expressões faciais ligadas aos gestos domésticos usados pelo GD, produzindo sentido do concreto para o abstrato. A terceira proposta é montar um chaveiro com vários cartões de comunicação usando os símbolos trabalhados na prancha livre de comunicação para que GD possa usar seu recurso sempre que for de necessidade dele para se comunicar. O atendimento ocorre duas vezes por semana.
A experiência foi muito gratificante. GD por estar em atendimento em AEE já tem um vinculo o que facilitou na introdução do CAA. A facilidade se deu, pois o atendimento foi todo através do lúdico já que GD adora brincar e faz bem o jogo simbólico. Utilizando os seus gestos domésticos com o auxilio constante da mãe que fez as traduções, foi se conseguindo transformar estes gestos para os símbolos, ou seja, saímos do concreto para o abstrato. Outra facilidade é que teve uma boa relação da tecnologia de baixo e alto custo. O bom de trabalhar com a prancha livre é a flexibilidade, pois quando trabalhamos os símbolos eles podem ser alterados à medida que o aluno se apropria dos mesmos.
 A dificuldade foi na seleção do melhor símbolo ou código para representar o que GD queria. Nesse momento utilizamos muito o seu movimento de cabeça sim e não.
 Ao analisarmos a produção de GD podemos dizer que este movimento da saída do concreto para o abstrato se deu tranquilamente em razão do aluno ser curioso e gostar de novidades. Apesar de inicialmente trabalharmos apenas com duas categorias (pessoas e brinquedos) procurou-se criar situações reais de uso dos símbolos, o que levou GD a interagir rápido e fazer raciocínios com coerência. DG ficou orgulhoso com sua produção ao ver o seu chaveiro de cartões. Foi importante para GD este chaveiro. Saiu da sala se comunicando com quem passasse por ele.  
 Para concluir, esse trabalho tem um grande desafio que é sair da visão que a prancha livre de comunicação é uma simples memorização dos símbolos associada ao seu vocabulário, mas sim, é um estimulo para o desenvolvimento de GD na sua linguagem e todo o trabalho cognitivo envolvido. É importante fazer um trabalho próximo a todos os parceiros de GD para que eles compreendam que os símbolos (sinais gráficos) são palavras, e que a comunicação tem um ritmo mais lento e por isso a paciência é necessária. Foi notório o impacto da mudança que a TA fez na vida de GD, facilitando a sua inclusão social e escolar, promovendo uma melhor qualidade de vida que é o grande objetivo do nosso trabalho. O processo é longo, mas de extrema importância para sua autonomia e inclusão.

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