Relexão - Waldin de Lima
As crianças quando nascem
São iguais perante a Lei:
Nascem nuas, indefesas,
Carregadas de fraquezas,
Medo, dores e incertezas:
-Foi por isso que eu chorei!
Nascer é um ato de risco
Para quem tenta fazê-lo.
Éque ao chegar neste porto
Se está vivo ou se está morto
Pois quantas vezes é aborto!
-Que terrível pesadelo...
Mas foi vencida uma etapa.
-Um menino! - Nasceu vivo!
Ele ou ela - não importa:
Passar por aquela porta
Mesmo tendo a cara torta
Já é um grande lenitivo!
Segue, então, a maratona:
A grande competição:
-Meu filho vai ser Doutor,
Arquiteto,Professor,
Engenheiro ou Aviador!
-Quem pensa em fazer o avião?
A corrida para a escola
É uma cruel aventura:
(Ler,escrever,calcular),
-"Chega,Filho, de brincar."
Como se fosse levar
Diplomas pra sepultura
Mas como fica no páreo
Quem nasceu com diferença?
Como ganha o pão da vida
Nesta soberba corrida,
Nesta luta enfurecida
de um mundo que não tem crença?
Que direitos te quem veio
Diferente do padrão?
Quem é cego, surdo ou coxo,
O anão, o preto, o roxo,
neste processo de arrocho
Da tal globalização?
Senhoras e meus Senhores
Meus Diletos Magistrados,
Nas Leis e nas Escrituras
Encontrareis a força e a bravura
Pra reduzir a amargura
Dos milhões de deserdados...
Se somos cristãos ou não
Mas se somos Raça Humana
Resgatamos os destinos
Dos frágeis, dos pequeninos
Ou siga-se os desatinos
da Sociedade Espartana!
(Poema escrito em julho de 2001 para ser apresentado numa Audiência Pública de Juízes do Trabalho)
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